Orgasmo. Quando fingir e necessário.

Ontem eu fiz um programa bastante bom. Tão bom, que ao invés das uma ou duas horas de programa habituais, fiquei com o cliente, no quarto, das nove a meia noite. Seu nome é Fernando e ele é amigo de um amigo, Mauro, um ex-cliente, se é que posso chamá-lo assim, já que fizemos apenas um programa até hoje e nos conhecemos há uns três anos, pelo menos. Mesmo sem ter ficado comigo outras vezes, além da primeira, o Mauro está sempre mantendo contato comigo, me mandando clientes seus e em algumas situações me oferecendo como presente a algum com potencial. Posso até supor que aquele primeiro encontro tenha sido apenas para “testar a qualidade do produto”.

O Fernando é um homem charmoso, 36 anos, moreno, não muito alto e um olhar muito firme. Apesar da segurança que senti no seu jeito de conduzir nosso encontro, ele tentou me convencer que era tímido e que aquela era sua primeira vez com uma garota de programa, mas eu não acreditei. Tenho certeza que ele quis jogar charme pra mim. Eu manjo desses homens que dizem que estão nervosos, que esta é a primeira vez, que não sabem como se comportar nessa situação e na hora do “vamos ver”, dão um show. Com o Fernando foi mais ou menos assim. Ele sabia coisas demais. Demonstrou isso em vários momentos, primeiro quando me chupou inteira, inteira meeeesmo. Chupar peitinho e xoxota todo homem chupa, mas chupar cus e pés, ah, isso não é pra qualquer um!

Outra coisa muito peculiar no Fernando foi querer me seduzir o tempo todo. Quando eu perguntava:
__ Você gosta tanto assim de chupar um cuzinho? __ E ele respondia: __Gosto de chupar o SEU cuzinho.
Aí, teve a hora em que a gente foi tomar banho e antes de lavar o rosto para tirar a maquiagem dos olhos eu disse:
__Se eu ficar com a cara manchada de preto por causa do rímel, você não repara não tá? É capaz de eu ficar meio feiosa… __Aí ele falou: __Impossível, não tem como você ficar feia.
Foi legal conhecer o Fernando, ele massageou bem o meu ego. Qual mulher, mesmo não acreditando muito, não gosta de ouvir galanteios desse tipo? Até dizer que estava tentando me conquistar ele disse. Fiquei passada! Quer dizer, o Fernando pode ser tudo, menos tímido.

Bom, mas apesar de tudo ter sido muito legal com ele, de ter rolado até uma certa afinidade da minha parte, não deu pra gozar de jeito nenhum, e olha que ele tentou. Ele me chupou e me fodeu todinha. No cu e na “xereca”. Eu nunca chamo a xoxota de xereca, mas o Fernando chamou a minha e eu achei uma graça. Imaginem só, xereca era como a minha mãe chamava a minha xoxota quando ainda não tinha pelos. Acho “xereca” bonitinho demais pra uma bucetona grande e cabeluda, mas tá valendo. Mas como eu ia dizendo. O papo foi bom, os beijos foram bons, mas o objetivo do Fernando de ”te satisfazer mais do que a mim”, não foi alcançado. Acho que de tanto estímulo acabou passando da conta. Em geral eu sou daquelas que já tem que chegar pegando, se pegar no começo aí a coisa flui, mas se botar um pouquinho, tirar um pouquinho, trocar de posição pra lá, virar pra cá… fica sendo informação demais pro meu cérebro preguiçoso e eu acabo não “chegando lá”.

Como eu vi que não ia dar mesmo, e que mesmo com toda a boa vontade dele eu não conseguiria gozar, pensei em fingir, assim a gente abreviaria tanta dedicação inútil. Comecei a fingir, gemer um pouco mais forte, morder os joelhos e revirar os olhos e ele gozou. Quer dizer, assim como 50% dos homens que eu transo, o Fernando queria me levar ao ápice do prazer. Como eu tinha certeza que não funcionaria, fingir foi a melhor solução. Pra mim, que já estava ficando assada de tanto entra e sai e pra ele que estava aparentemente cansado e frustrado. Os homens dizem que preferem que suas parceiras não finjam seus orgasmos, mas eu acho absolutamente necessário para aqueles homens que se sentem frustrados quando não conseguem satisfazer a mulher. Eu tenho certeza que se eu não “gozasse” ele não ficaria tão bem quanto ficou quando me viu “satisfeita”.

Vou sugerir um teste interessante. Quando vocês assistirem filmes eróticos, prestem atenção nos rostos do casal. A mulher pouco olha pro homem, normalmente ela fode de olhos fechados ou faz carinha de pidona, ela não se mata em performances, pois tem certeza que o macho ficará bem, o que faz parecer que está fudendo pela satisfação pessoal. O homem, por sua vez, fica o tempo todo encarando a mulher em busca de reações e gestos que denunciem se ela está ou não gostando do que ele faz. Ele quer saber se está indo pelo caminho certo. Com os “não profissionais” não acontece diferente. A mulher está menos preocupada em proporcionar prazer que o homem, não porque ela seja egoísta, mas porque é muito difícil que o homem saia de uma relação sem gozar pelo menos uma vez. E com a gente não acontece o mesmo. É óbvio que nós, mulheres, gozamos bem menos. Uma grande injustiça da natureza.

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